CLÍNICA DE JESUS:  SAÚDE FÍSICA   -  ESPIRITUAL  -  MENTAL  E  FINANCEIRA.                                    JESUS SALVA  -  JESUS CURA  -  JESUS BATIZA NO ESPÍRITO SANTO  -  JESUS ARREBATARÁ A SUA IGREJA
O dia do milagre

Assim, às onze da manhã do dia 14 de maio, Epstein recebeu um telefonema de Clifford. Ele queria saber como estava a situação em Tel  Aviv e se a independência seria proclamada naquele dia, conforme a imprensa estava publicando. Epstein ainda não tinha recebido  nenhuma notícia (o texto da declaração só lhe chegou no dia seguinte), mas assegurou a Clifford que haveria a proclamação e era até  possível que já tivesse ocorrido, porque em função do fuso horário eram cinco da tarde em Tel Aviv e a cerimônia havia sido marcada para  as quatro.

   Doze horas antes, fervilhavam em Tel Aviv os preparativos para o histórico dia. O museu da cidade foi escolhido para o lugar da  cerimônia porque, embora o auditório do teatro Habimah fosse maior, sua localização proporcionava pouco sigilo e segurança. Havia  pressa naquela sexta-feira em função do Shabat que começaria com o pôr-do-sol. Os convites para a cerimônia, endereçados a diretores e  representantes de entidades e não a pessoas, foram entregues por mensageiros na própria manhã do dia 14 e diziam o seguinte:

   "Temos a honra de convidá-lo para assistir à cerimônia da Declaração de Independência que será realizada no dia 5 de Iyar de 5708 (14  de maio de 1948), às 16 horas, no salão do Museu de Tel Aviv, Boulevard Rothschild, número 16. Pedimos-lhe que mantenha em sigilo o  conteúdo deste convite quanto à hora e ao local. Os convidados deverão estar no Museu às três e meia da tarde. Atenciosamente, o  Secretariado. Este convite é pessoal. Traje: social escuro". O dito secretariado era Zeev Sharef, diretor administrativo da Agência Judaica.    Em condições normais, o convite deveria ser assinado por Ben Gurion, mas Sharef assumiu a responsabilidade por não querer perturbá-lo  e porque ele estava ocupado com a revisão do texto da declaração da independência. Ben Gurion não gostou do rascunho que lhe foi  entregue pelo grupo de Sharret. Achou que o texto continha um excesso de rendas diplomáticas e ele preferia uma redação mais concisa e  mais objetiva. Fez as correções que julgou necessárias e enviou o texto para Sharef, incumbido de tirar um certo número de cópias.    Entretanto, nada há mais difícil do que guardar um segredo entre judeus. Os jornais matutinos publicaram no dia 14 que a rádio oficial Kol  Israel transmitiria a cerimônia de independência a partir das quatro da tarde. Além disso, a polícia começara a isolar a área em torno do  Museu às 15 horas, o que atraiu a curiosidade da população. Os detalhes estavam a cargo do competente Abraham Rifkind, membro da  equipe do Keren Hayesod, que havia desempenhado igual função em 1946, por ocasião da realização do 22o Congresso Sionista Mundial,  na Basiléia.

   Rifkind revelou, anos depois, que a sua intenção era no sentido de que a declaração fosse escrita num rolo, como na Torá, e para isso  chamou um escriba da comunidade ortodoxa de B'nei Berak. Este disse que não poderia completar a tarefa a tempo, porque cada vez que  escrevesse o nome de D'us, teria que parar e cumprir o ritual de lavar as mãos. Rifkind convocou, em seguida, o artista plástico Otto  Walisch, deu-lhe uma verba quase irrisória e pediu-lhe que providenciasse os ornamentos condizentes com a ocasião para o salão do  Museu.

   Recomendou que não comprasse tudo numa só loja para não levantar suspeitas. De fato, a segurança para a cerimônia estava sendo tão  impositiva que os próprios funcionários do Museu só sabiam que teriam que estar a postos naquela tarde, mas desconheciam o motivo.  Walisch recrutou três ajudantes: um carpinteiro, um pintor também decorador e uma faxineira que devia polir o assoalho e as cadeiras. Sua  tarefa imediata foi cobrir com bandeiras brancas, listras horizontais azuis e a estrela de David no meio, alguns quadros e esculturas que  exibiam nus artísticos, inapropriados para o salão onde teria lugar a cerimônia.

   Por medida de segurança, também cobriu as janelas com panos pretos, pois havia a ameaça de bombardeio pela força aérea do Egito.    Ao mesmo tempo, precisava encontrar uma fotografia de Theodor Herzl, tarefa das mais difíceis àquela altura. Acabou encontrando  apenas uma em bom estado, de tamanho médio, que envolveu em larga moldura de modo a dar-lhe maior dimensão. Em seguida, era  imprescindível adquirir um pergaminho para o texto da declaração que, naquele momento, ainda estava sendo revisada.

   Nada encontrou em Tel Aviv e lhe disseram que talvez o encontrasse numa loja no subúrbio de Abukebir, onde já ocorriam tiroteios,  tornando-o inacessível. Na loja Bar Levy, na rua Allenby, encontrou um papel sintético, tipo pergaminho, que dava a impressão de genuíno.    Preocupado, ainda encontrou tempo para ir ao Instituto de Padrões, na rua Dizengoff, onde solicitou um teste de laboratório que lhe  garantisse que tal pergaminho duraria pelo menos dois mil anos.

   Mas, onde estava a declaração? Zeev Sharef, acompanhado da mulher Dorit, tinha o texto em seu poder, na sede do Keren Kaiemet, de  onde providenciou táxis para os líderes sionistas que deveriam estar presentes à cerimônia. Só se esqueceu dele mesmo e da mulher. Em  meio a tanta tensão, o casal viu-se isolado e sem chance de obter uma condução para o Museu. Desesperado, procurou um policial e  pediu-lhe para parar um táxi. O motorista acionado disse que sentia muito, mas tinha que correr para estar em casa às quatro horas para  ouvir no rádio a declaração de independência. Sharef exclamou: "Pois se você não me levar ao Museu, nunca há de ouvir a declaração de  independência porque ela está aqui na minha mão". O taxista partiu em disparada e foi o que bastou para que um policial o detivesse para  aplicar uma multa. Sharef interveio, argumentando que o poder mandatário britânico não mais existia e, portanto, o policial estava impedido  de aplicar qualquer multa. Pouco antes das 16 horas, uma frota de limusines americanas alugadas começou a chegar ao Museu, trazendo os  futuros signatários da declaração.

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