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A Guerra de Stalin contra os Judeus - Parte 4

Mas, o que seria um bom relacionamento entre os dois países durou pouco. Em janeiro de 1949, um artigo publicado pelo eminente economista soviético T.A. Genin enfatizou que “os objetivos do nacionalismo judaico e do sionismo são objetivos iguais aos do capitalismo reacionário e do imperialismo norte-americano”. 

Em setembro, a ida de Golda Meir a Moscou, primeira embaixadora de Israel, levou às ruas para saudá-la nada menos do que 50 mil judeus. Stalin, então, convenceu-se de que os judeus jamais se assimilariam ao estado soviético. Não havia outra solução a não ser submetê-los pela força. Mandou pedir as fotografias da multidão presente à chegada de Golda e todos aqueles que puderam ser identificados nas imagens foram presos. Em seguida, Ilya Ehrenburg, um judeu que se empenhava com inusitada bravura para não ser tido como judeu, escreveu um violento artigo contra Israel no jornal Pravda e, a pretexto de falsa moderação, atacou o antissemitismo. Ou seja, valeu-se da mesma retórica que até hoje perdura: ser antissionista não implica em ser antissemita.

Ilya Ehrenburg, então controlado pelas autoridades do Kremlin na presidência do Comitê AntiFascista, encontrou-se numa recepção diplomática com a embaixadora de Israel, Golda Meir, pouco depois de sua chegada a Moscou. Visivelmente embriagado, ele dirigiu-se a ela no idioma russo. Golda respondeu: “Desculpe, eu não falo russo”. De forma agressiva, Ehrenburg continuou: “Mas a senhora fala inglês, não fala? Eu detesto os judeus nascidos na Rússia que não falam russo”. Resposta de Golda: “E eu detesto e tenho pena dos judeus russos que não falam iídiche ou hebraico”. Em outra ocasião, o diplomata israelense Mordechai Namir, da equipe de Golda Meir, convidou Ehrenburg para visitar Israel. Resposta: “Claro que irei, mas não agora, porque a viagem pode ser interpretada como um ato político. O Estado de Israel precisa compreender que não mais existe o problema judaico na União Soviética. Os judeus soviéticos devem ser deixados em paz e todos os esforços para seduzi-los para o sionismo serão inúteis”.

Em 1949, o famoso cantor americano Paul Robeson, comunista assumido, foi cumprir uma série de recitais na União Soviética, onde perguntou pelo poeta Itzik Feffer, que havia conhecido seis anos atrás, nos Estados Unidos. Já sabia que Michoels fora vítima de um acidente fatal. Àquela altura, embora sempre tivesse atuado como informante da NKVD, Feffer estava preso há três anos sob absurda acusação de espionagem. Informaram a Robeson que Feffer estava de férias na Crimeia e só regressaria a Moscou semanas mais tarde. A polícia secreta resgatou Feffer que era apenas pele e osso. Levaram-no para um hospital, onde foi submetido a tratamentos intensivos e a um regime para engordar. Finalmente, foi conduzido ao encontro de Robeson. Os dois se encontraram num quarto de hotel em Moscou monitorado por microfones ocultos. O cantor perguntou-lhe como estava passando e, ciente de que não podia falar livremente, Feffer passou o dedo indicador sobre a garganta, gesto que significava sua próxima execução. 

No dia 14 de junho, Robeson apresentou-se na Sala Tchaicovsky. Antes de começar o recital fez um emocionado discurso evocando Michoels e elogiando Feffer, dedicando-lhes a primeira canção, o hino dos partisans (... jamais diga que este é o último caminho) cantado em russo e iídiche.Na verdade, Itzik Feffer, nascido perto de Kiev em 1900, é um personagem enigmático. Criativo e inspirado, teve suas excelentes obras traduzidas para o russo e o ucraniano. Era admirado por judeus e não-judeus, com destaque para seu poema épico “As Sombras do Gueto de Varsóvia”, alusivo à rebelião judaica contra os nazistas. Entretanto, agiu como informante por mais de 20 anos da polícia secreta soviética, à qual delatou atividades sionistas que resultaram em prisões de centenas de judeus. Não se sabe qual foi a sua real participação, porém é certo seu envolvimento no assassinato de Michoels.