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Papa Bento 16 muda opinião de Igreja e passa a defender uso de camisinha

Em livro, pontífice disse também ser a favor do véu islâmico e que o controverso papa Pio XII "salvou mais judeus do que ninguém"

Depois de vários anos de discussão e críticas a postura a Igreja Católica, o papa Bento 16 admite, pela primeira um papa se pronuncia a favor do tema, que o uso de preservativos por prostitutas pode ser aceito para evitar a disseminação do vírus da Aids, marcando assim o primeiro sinal de abertura ao tema na história do Vaticano.

A defesa do papa Bento 16 ao uso do preservativo por prostitutas aconteceu durante uma série de entrevistas, que foram transformadas em um livro, que será lançado na próxima terça-feira(23), por uma editora ligada a Igreja Católica da Alemanha, país natal do pontífice de 83 anos.

O livro, que tem como título "Luz do Mundo: O Papa, a Igreja e os Sinais do Tempo", é baseado em 20 horas de entrevistas conduzidas pelo jornalista alemão Peter Seewald. Trechos da obra foram publicados na edição deste sábado do "Observatório Romano", o jornal da Santa Sé.

Na série de entrevistas, o papa Bento 16 é questionado quando a Igreja Católica não é fundamentalmente contrária ao uso da camisinha, que reconhece a necessidade do uso da camisinha como uma forma de evitar a AIDS.

"Com certeza (a Igreja) não vê (o preservativo) como uma solução real e moral", respondeu o papa, que celebrou neste sábado uma cerimônia para oficializar 24 novos cardeais no Vaticano. Em certos casos, quando a intenção é reduzir o risco de infecção, pode ser, no entanto, um primeiro passo para abrir o caminho a uma sexualidade mais humana", completou o líder de 1,1 bilhão de católicos do planeta.

Até o momento, o Vaticano tinha como orientação padrão a proibição ao uso de qualquer forma de contracepção, mesmo como forma de evitar doenças sexualmente transmissíveis, posição que vinha atraindo fortes críticas da comunidade internacional, em vista da situação alarmante de contágio por HIV no mundo.

Bento 16 provocou revolta internacional em março de 2009 durante uma visita à África, continente devastado pela Aids, ao afirmar à imprensa que a doença era uma tragédia que não podia ser combatida com a distribuição de preservativos, que na opinião dele até agravava o problema.

A declaração foi fortemente criticada por países como a Alemanha e a França, além da agência da ONU (Organização das Nações Unidas) encarregada de lutar contra a propagação da Aids no mundo.

África, o centro da polêmica.

Ainda em 2009, durante sua primeira visita à África, Bento 16 disse a bordo do avião que o levava ao continente que a Aids "é uma tragédia que não pode ser superada com o dinheiro e nem com a distribuição de preservativos, os quais podem aumentar os problemas".

A declaração foi feita em resposta a uma pergunta sobre se os ensinamentos da Igreja Católica não eram "irrealistas e ineficazes" em relação à Aids.

O papa defendeu que a epidemia só pode ser impedida com uma renovação moral no comportamento, a "humanização da sexualidade".

A declaração atraiu o repúdio da França, país tradicionalmente católico mas relativamente liberal em questões sociais.

Paris "manifesta a sua forte preocupação com as consequências das declarações de Bento 16", disse na época o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Eric Chevallier.

"Embora não caiba a nós julgar a doutrina da igreja, consideramos que essas declarações põem em perigo as políticas públicas de saúde e o imperativo de proteger a vida humana", disse Chevallier.

Ainda em 2009, a então ministra da Saúde da França, Roselyne Bachelot, falou de forma mais emocional contra a posição do papa, dizendo à rádio RTL que Bento 16 "proferiu uma monstruosa mentira científica" que foi um desserviço para as mulheres africanas que, segundo ela, "encontram dificuldade em fazer aceitável o uso do preservativo, que pode protegê-las ".

O ex-primeiro-ministro francês Alain Juppé foi mais longe, afirmando que "este papa começa a ser um verdadeiro problema, dado que ele vive em uma situação de total autismo".

Véu islâmico


No livro "Luz do Mundo: O Papa, a Igreja e os Sinais do Tempo", em resposta à pergunta: "Na França, o Parlamento proibiu o uso da burca. Os cristãos podem se alegrar?", o pontífice afirma: "No que se refere à burca, não vejo motivos para uma proibição geral".

E acrescenta: "Diz-se que algumas mulheres não utilizam a burca de forma voluntária e isso é um ataque contra a mulher. Portanto, não se pode estar de acordo com isso".

"Mas se querem utilizá-la voluntariamente, não sei por que ela deve ser proibida", acrescenta, segundo o texto original em alemão obtido pela AFP.

No início de outubro, o Conselho Constitucional francês validou uma lei que proíbe a utilização do véu islâmico integral nos espaços públicos, considerando, entretanto, que a lei não pode ser aplicada nos locais de culto abertos ao público.

O debate estendeu-se ao resto da Europa, onde outros países (Espanha, Holanda e Suíça) estudam a possibilidade de uma proibição, aprovada por enquanto apenas na Bélgica.

Pio XII "salvou mais judeus do que ninguém"

O papa Pio 12 foi "um dos grandes justos, que salvou mais judeus do que ninguém", declara Bento 16 no livro de entrevistas "Luz do mundo", que será lançado na terça-feira.

Pio 12 "fez todo o possível para salvar as pessoas", afirma o pontífice, segundo o livro. Bento 16 menciona, por exemplo, o fato de o papa Pio 12 ter escrito em 1938 a todos os bispos do mundo para que agissem a favor da entrega de vistos a todos os judeus que quisessem abandonar a Alemanha nazista.

"Naturalmente, sempre se pode perguntar: 'Por que não protestou com mais força?'. Acredito que viu as consequências que um protesto público poderia gerar", acrescenta o Papa.

"Pessoalmente, sofreu muitíssimo, sabemos disso. Sabia que deveria falar, entretanto, a situação o proibia", acrescenta.

No dia 19 de dezembro de 2009, Bento 16 proclamou Pio 12 "venerável", última etapa antes da beatificação, suscitando protestos de diversas comunidades judaicas.

Vários líderes de comunidades judaicas acusam Pio 12 de manter silêncio quando mais de mil judeus romanos foram deportados, em 16 de outubro de 1943, do gueto situado a poucos metros do Vaticano, do outro lado do rio Tibre. Poucos deles sobreviveram aos campos de concentração.

Mas a Igreja católica responde que Pio 12, papa entre 1939 e 1958, contribuiu para salvar judeus ao escondê-los em instituições religiosas.

Fonte: Tudo na Hora e Folha Online