Para risco cardíaco, formato do corpo não diz nada

Uma nova e importante análise desafia o consagrado conceito segundo a qual obesos que carregam peso extra principalmente ao redor da cintura – aqueles com formato de “maçã” – correm maior risco cardíaco do que as “peras”, cuja gordura costuma se acumular nas coxas e nádegas.

A nova análise, publicada online dia 11 de março na Lancet, agrupou dados de 58 estudos sobre mais de 220 mil pessoas com idade média de 58 anos. Durante o tempo em que foram acompanhadas, mais de 14 mil tiveram ataque cardíaco ou derrame.

Os fatores de risco convencionais como pressão sanguínea, colesterol e fumar foram indicadores precisos de ataque cardíaco ou derrame, mas as informações adicionais sobre peso ou formato do corpo (determinado ao se medir a circunferência da cintura ou a proporção entre cintura e quadril) não melhoraram a capacidade de prever o risco.

“O formato do corpo, qualquer que seja, não importa”, afirmou o Dr. Emanuele Di Angelantonio, professor assistente da Universidade de Cambridge, Inglaterra, e membro do Emerging Risk Factors Collaboration, responsável pelo estudo.

Ele enfatizou que ter sobrepeso ou ser obeso é um dos principais fatores de risco modificáveis para doenças cardiovasculares, e costumam ser um sinal prematuro de risco posterior. Contudo, assegurou o médico, “todas as formas de obesidade ou sobrepeso são iguais”.

Fonte: UOL