CLÍNICA DE JESUS:  SAÚDE FÍSICA   -  ESPIRITUAL  -  MENTAL  E  FINANCEIRA.                                    JESUS SALVA  -  JESUS CURA  -  JESUS BATIZA NO ESPÍRITO SANTO  -  JESUS ARREBATARÁ A SUA IGREJA

Cresce a cada ano número de casais que optam por não colocar um sangue do seu sangue neste mundo

Crescei e multiplicai-vos. É o que diz a Bíblia e que foi seguido por séculos, mas o velho preceito está dando lugar a um novo:  a família Dinc, ou sem filhos.

O número de casais que optam por não gerar descendentes cresce a cada ano, no mundo e em Rio Preto.

Para especialistas, é fruto da sociedade moderna.

Rita de Cássia nunca se sentiu “chamada” a ser mãe. A falta desse desejo associada a preocupação de colocar uma criança em um “mundo louco”, de  não poder dar o melhor e de não ter tempo para criar um filho foram decisivos para que a autônoma, de 46 anos, optasse junto com o marido, Cláudio Roberto Lahos, 52, que seriam apenas os dois, ou melhor, os dois e mais oito cães retirados das ruas de Rio Preto.

De 1999 para 2009 (dado mais recente), a porcentagem de casais sem filhos em relação ao total dos arranjos familiares cresceu de 14,4% para 16,5%, no estado de São Paulo.

Dos 13,6 milhões de casais do estado, 2,2 milhões são Dinc ou sem nenhuma criança

Adotadas as mesmas proporções, em Rio Preto, que tem 131,9 mil famílias, o número de casais sem filhos chega a 21,7 mil, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE.

“Não é uma coisa só, é uma conjunção de fatores que nos levou a tomar essa decisão”, diz Rita de Cássia.

Cães /Juntos há dez anos, os policiais militares Leandra de Cássia Lourenço Castanha, 33, e Albino Aparecido Castanha, 45, também formam um casal sem filhos.

“A opção é minha. Não quero ser responsável por colocar uma criança num mundo tão complicado. A correria do dia a dia. Não, não quero”, diz.

Mas “vida” é o que não falta para o casal, que tem Serena e Vênus. A primeira, uma pit bull de 7 anos, e a segunda, uma cachorra sem raça definida, tirada da rua há 5 anos.

Ela diz que muitos a criticam, dizem que é egoísta. “Posso até ser. Mas criar dois cães é muito mais fácil e os amo como filhos. Não me preocupo com o que vão ver na TV, com amigos. Posso trabalhar e deixá-los sozinhos em casa.”

Tempo /Os motivos que levam o casal Cristiana Marque, 38, e Valdir Marques, 40, a não ter filhos são os mesmos: falta de tempo, do sonho de ser mãe, e  medo da responsabilidade.

“Sempre viajamos muito. Até tentei ter um cachorro, mas não deu certo. Acabei dando para a minha mãe. Não sou uma pessoa cruel, gosto de crianças, mas não me acredito mãe.”


Cai o número de famílias com filhos

Dados do IBGE  mostram que, de 1999 para 2009, o percentual de casais com filhos no estado caiu de 55,5% para 42,8%.

21,7

mil é o número aproximado de famílias rio-pretenses que não têm filhos, segundo estimativa do IBGE.

Maioria opta por ser apenas o casal

Os dados não separam os casais que não podem ter filhos daqueles que não querem, mas especialistas garantem que esse último grupo é uma tendência.




Rita de Cássia, 46, e o marido, Cláudio Roberto Lahos, 52, com os cachorros que criam, no quintal da casa onde moram em Rio Preto: opção por não ter filhos

Filho é responsabilidade

 Para estudiosos, a mudança da constituição familiar ocorre por ‘culpa’ da sociedade, que não permite mais às pessoas decidirem pelo que querem, mas pelo o que dão conta de fazer

“A família era a mais sólida e forte constituição social. Era fraterna e coletiva, mas a sociedade migrou para um formato individualista, consumista e que não garante a ninguém o amanhã”. Essa é analise do sociólogo Luciano Alvarenga, de Rio Preto, para o crescimento das famílias que decidem não ter filhos.

Segundo ele, a sociedade que cobra dos casais o formato ideal de família: pai, mãe e filhos, é a mesma que impede que esse modelo se concretize.

“O discurso preponderante hoje é o da felicidade e prazer. Filho é compromisso, obrigação. Casais não conseguem conjugar os dois por falta de dinheiro, tempo e disposição para as responsabilidades.”

Ele observa que nas camadas mais populares o filho é uma das únicas possibilidades de realização para a mulher. E por isso que é menos comum famílias sem filhos entre os pobres.

“Ser mãe, de certa forma, é realizar-se como pessoa. E não há arrependimento nem quando o filho está atrás das grades.”


Arquivo pessoal

A relações públicas Carolina de Cássia Bispo e o jornalista Fábio Eduardo Galiotto em Ouro Preto

Futuro /A relações públicas Carolina Bispo, 28 anos, não descarta a possibilidade de ser mãe. Mas isso só no futuro.

Há 4 anos com o jornalista Fábio Eduardo Galiotto, 30, Carolina diz que antes de uma criança vem a realização profissional e curtir a vida.

“Não quero ser mãe para me realizar. Nem para mostrar à sociedade que em encaixo nela. Ter filho demanda tempo e dedicação. Não é para agora.”

O crescimento dos casais sem filhos tende a crescer, segundo José Eustáquio Diniz Alves, demógrafo e professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE. Para ele, o casal Dinc se adapta melhor aos novos parâmetros da sociedade atual fortemente caracterizada pelo hedonismo (prazer) e o consumismo, com predominância dos valores do individualismo.

Fonte: Rede BOM DIA