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Pesquisas sugerem que autocompaixão pode melhorar hábitos alimentares

Você trata a si mesmo tão bem quanto trata seus amigos e sua família?

Essa pergunta simples é a base para uma nova e crescente era de pesquisas na área de psicologia, chamada de autocompaixão - como as pessoas veem a si mesmas. As pessoas que têm facilidade em apoiar e compreender os outros muitas vezes têm um fraco desempenho em testes de autocompaixão, punindo-se por falhas percebidas, como estarem acima do peso ou não fazerem exercícios.

A pesquisa sugere que dar um tempo a nós mesmos e aceitar nossas imperfeições pode ser o primeiro passo para uma saúde melhor. As pessoas com bom desempenho em testes de autocompaixão apresentam menos depressão e ansiedade, e tendem a ser mais felizes e mais otimistas. Dados preliminares sugerem que a auto-compaixão pode até influenciar o quanto comemos, além de ajudar algumas pessoas a perder peso.

Essa ideia parece divergir do conselho oferecido por muitos médicos e livros de auto-ajuda, que sugerem que a forca de vontade e a disciplina são a chave para uma saúde melhor. Mas Kristin Neff, pioneira no campo, diz que a autocompaixão não deve ser confundida com autoindulgência ou padrões mais baixos.

"Descobri, em minhas pesquisas, que a maior razão pela qual as pessoas não têm mais autocompaixão é que elas têm medo de se tornarem autoindulgentes", disse Neff, professora associada de desenvolvimento humano da Universidade do Texas, em Austin. "Elas acreditam que a autocrítica é o que as mantém na linha. A maioria das pessoas está equivocada, pois nossa cultura diz que ser duro consigo mesmo é o caminho".

Imagine sua reação para com uma criança que tem dificuldades na escola ou come muita porcaria. Muitos pais ofereceriam apoio, como aulas particulares ou fazer um esforço para encontrar alimentos saudáveis que agradem à criança. Mas quando os adultos se encontram em situação similar - com dificuldades no trabalho, ou comendo demais e ganhando peso -, muitos caem num ciclo de autocrítica e negativismo. Isso os deixa menos motivados a mudar.

"A autocompaixão realmente conduz à motivação", disse Neff. "O motivo pelo qual você não deixa suas crianças tomarem cinco sorvetes é porque você se importa com elas. Com a autocompaixão, se você se importa consigo mesmo, faz o que é saudável para você, em vez do que é prejudicial".

Neff, cujo livro "Self-Compassion: Stop Beating Yourself Up and Leave Insecurity Behind" ("Autocompaixão: pare de bater em si mesmo e deixe a insegurança para trás", em tradução livre) será publicado no próximo mês pela William Morrow, desenvolveu uma escala de autocompaixão: 26 declarações com o objetivo de determinar com que frequência as pessoas são boas consigo mesmas, e se elas reconhecem que altos e baixos simplesmente fazem parte da vida.

Uma resposta positiva à declaração "Desaprovo e julgo minhas próprias falhas e inadequações", por exemplo, sugere falta de auto-compaixão. "Quando me sinto inadequado de alguma forma, tento me lembrar que o sentimento de inadequação é compartilhado pela maioria das pessoas" sugere o oposto.

Para as pessoas com baixa pontuação, Neff sugere um conjunto de exercícios - como escrever uma carta de apoio para si mesmo, assim como você faria para um amigo de quem gosta. Listar suas melhores e piores características, lembrando que ninguém é perfeito e pensando em passos para ajudar você a se sentir melhor também é recomendado.

Outros exercícios incluem meditação e "pausas de compaixão", que envolvem a repetição de mantras como "Vou ser gentil comigo mesmo neste momento".

Hábitos alimentares

Se tudo isso soa um pouco confuso, existe uma ciência para respaldá-lo. Um estudo realizado em 2007 por pesquisadores da Wake Forest University sugeriu que até mesmo uma pequena intervenção de autocompaixão poderia influenciar os hábitos alimentares. Como parte do estudo, 84 universitárias foram solicitadas a participar do que elas acreditavam ser um experimento de degustação de alimentos. No começo do estudo, as mulheres eram solicitadas a comer donuts.

No entanto, um grupo recebeu uma lição de autocompaixão com a comida. "Espero que vocês não sejam duras consigo mesmas", disse o instrutor. "Todo mundo do estudo come isso, então não acho que há razão para se sentir mal".

Mais tarde, as mulheres foram solicitadas a comer balas de um grande bowl. Os pesquisadores descobriram que as mulheres que estavam constantemente de dieta ou tinham sentimento de culpa em relação a alimentos proibidos comeram menos depois de ouvir a lição do instrutor. As que não receberam a mensagem comeram mais.

A hipótese é que as mulheres que se sentiram mal sobre os donuts acabaram comendo por "motivo emocional". As mulheres que se deram permissão de desfrutar os doces não comeram exageradamente.

"A autocompaixão é o ingrediente que falta em qualquer dieta e plano de perda de peso", disse Jean Fain, psicoterapeuta e professor associado da Escola de Medicina de Harvard, que escreveu o novo livro "The Self-Compassion Diet" (editora Sounds True). "A maioria dos planos se trata de autodisciplina, privação e desprezo".

Neff afirma que a área de estudo ainda é nova e que está apenas iniciando um estudo controlado para determinar se ensinar a autocompaixão realmente leva a menos stress, depressão e ansiedade, e mais felicidade e satisfação na vida.

"O problema é que é difícil desaprender hábitos de uma vida toda", ela disse. "As pessoas têm que desenvolver ativamente e conscientemente o hábito da autocompaixão".

Fonte: UOL Ciência e Saúde