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“O Egito vive um momento crucial”, diz líder cristão copta

Será o extremismo religioso ou a tolerância que marcará o futuro do Egito? De acordo com o bispo Thomas, da diocese de El-Qussia e Mair no Alto Egito, uma "grande força" está levando o Egito rumo a um maior conservadorismo e extremismo religioso.

Apesar de a maioria dos acontecimentos apontarem para o extremisto religioso, Thomas afirma também que acredita que o Egito possa desfrutar de um tipo diferente de transformação – rumo à verdadeira democracia, à igualdade de gêneros e à tolerância religiosa.

Durante um discurso em Londres, terça-feira (21/05), o bispo alegou que desde a deposição do presidente Hosni Mubarak, há dois anos, o Egito tem desfrutado de maior liberdade de expressão; "enquanto esta liberdade não for tirada, sempre haverá esperança", disse ele.

"Desde que a revolução aconteceu, o povo consegue falar, se expressar, o povo se atreve a dar sua opinião", contou Thomas. "E este foi um grande passo para a sociedade. O dia em que o Egito e o povo egípcio não conseguirem falar, eu perderei as esperanças. Mas eu acredito que este dia não chegará."

O aumento da tensão partidária e a violência entre a minoria cristã copta e a maioria mulçumana têm levado muitos cristãos a fugir do Egito. A World Watch Monitor, agência de notícias da Portas Abertas, informou em abril que, segundo algumas estimativas, milhares de cristãos deixaram o país desde a revolução de 2011.

Contudo, o bispo Thomas diz que espera que mais cristãos decidam-se por permanecer. "Sabemos que algumas pessoas estão migrando por causa da pressão, e isto é normal. São boas pessoas, muito bem instruídas, são os ricos. Mas eu gostaria de pedir a eles: ‘por favor, fiquem; precisamos de vocês agora’."

Para o bispo, o Egito é "um grande país em meio a uma grande confusão", uma vez que seus cidadãos têm de adaptar suas vidas sob o domínio de um novo governo. Apesar disso, ele afirma que a filosofia incorporada de coexistência e hospitalidade no Egito é outra razão para esperar um futuro melhor, uma vez que o país vive um momento crucial, diante de dois caminhos possíveis.

"Ou o Egito tomará o caminho de um extremo conservadorismo fundamentalista ou seguirá na direção de abertura e de uma sociedade civil", pontua. "O que vemos agora é que setores no Alto Egito não estão claramente definidos como cristãos ou mulçumanos. Nem tudo é preto ou branco; cristãos e mulçumanos estão trabalhando juntos."

"Há uma grande força conduzindo e impelindo a sociedade para o conservadorismo. Precisamos unir forças que conduzam à abertura e à sociedade civil", destaca Thomas. O Egito é uma nação que precisa de transformação, uma transformação na forma de três mudanças sociais – democracia, igualdade de gêneros e liberdade religiosa.

A democracia não significa o governo da maioria, comenta Thomas, é responsabilidade dos líderes do país garantirem que todos os membros da sociedade possam expressar-se livremente.

Para o bispo, igualdade de gêneros significa "o dia em que uma família do Alto Egito, em uma área muito pobre, tiver a mesma alegria em dar a luz à uma menina tanto quanto teria se desse à luz a um menino."

A sociedade machista do Egito deve ser transformada em uma sociedade igualitária quanto aos gêneros, disse ele. "Precisamos ensinar os homens a valorizarem as mulheres."

Ele conclui definindo que a liberdade religiosa significa uma transformação da inflexibilidade religiosa para a abertura espiritual: "Desculpe, eu sou um bispo. Não posso dizer que eu quero transformar a sociedade em uma comunidade secular, mas eu desejo que a sociedade respeite e esteja aberta à espiritualidade. Abertura é a palavra-chave para nós."

Fonte: Missão Portas Abertas