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Onda de protestos no país evidencia insatisfação social

Na noite de 17 de junho, mais de 240 mil pessoas saíram às ruas de algumas das principais cidades do país, e também no interior, para manifestar sua insatisfação com o seu país. Aquilo que começou em São Paulo como protesto contra o aumento das passagens de ônibus acabou ganhando novos enfoques desde o final de semana.

Nos últimos dias, os alvos dos protestos passaram a ser os bilhões gastos com dinheiro público na construção e reforma de estádios para a Copa do Mundo no Brasil, a corrupção no país, a impunidade, carências na área de saúde e educação, o combate à proposta de tirar o poder de investigação do Ministério Público etc. Isso aumentou a adesão de boa parte da população aos protestos no Brasil e fora do país por brasileiros no exterior.

Os temas dos protestos são legítimos, o problema está apenas nos excessos de boa parte dos manifestantes. Ontem, não foi apenas uma noite de protestos. Foi, infelizmente, também uma noite de baderna, de um vergonhoso vandalismo, com depredação de prédios e patrimônios públicos, violência contra polícias etc. Invadiram o Congresso Nacional, o Palácio Bandeirantes e a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, arrebentaram vidros, derrubaram portões, destruíram móveis, causaram incêndios, queimaram carros, destruíram lojas e agências de banco ao redor.

A polícia de São Paulo exagerou na semana passada, na sua forma de reprimir os manifestantes pelo descumprimento de um acordo que estes fizeram com a polícia de não invadir a Avenida Paulista para não parar a cidade, impedindo o direito de ir e vir de quem não estava envolvido no protesto. Os manifestantes estavam errados, mas os policiais acabaram perdendo a razão ao usar balas de borracha, que podem ser fatais em crianças pequenas e cegar adultos se acertam olhos, como foi o caso de um jornalista da Folha de São Paulo, que só tem 5% de chance de não perder a visão de um dos olhos que foi atingido por uma bala de borracha perdida.

A bala de borracha pode atingir pessoas na multidão que não têm nada a ver com a baderna, além de não ser o recurso ideal contra manifestantes hostis. No entanto, por outro lado, não se pode, sob o pretexto dos excessos da polícia na semana passada, dar margem para que manifestantes mais radicais, verdadeiramente ensandecidos, fiquem à vontade para tornar as cidades e os poderes públicos reféns deles.
 
Sinais claros da insatisfação
 
Pelo menos três coisas devem ser frisadas sobre a atual onde de protestos no Brasil.

Em primeiro lugar, não há sombra de dúvida de que os brasileiros estão descontentes com a situação do país. Os dados estão aí para demonstrar isso:

1) Em 8 de junho, a popularidade da presidente Dilma caiu pela primeira vez nas pesquisas, de 65% para 57%. A popularidade dela, obviamente, ainda é alta, mas cair 8 pontos percentuais em pouco mais de dois meses é algo a se considerar muito; ademais, a sonora vaia em Brasília, no Estádio Mané Garrincha, na tarde de 15 de junho, na abertura da Copa das Confederações, corrobora isso.

2) A insatisfação com o governo envolve desde gente à esquerda do espectro ideológico como à direita dele. Basta ver que os grupos políticos que estão à frente dos protestos pelo aumento das passagens de ônibus em São Paulo e Rio de Janeiro são PSOL, PSTU e PCO, radicais de esquerda; mas, por outro lado, muita gente que aderiu aos protestos recentemente - e que hoje são maioria nas ruas - está abordando outros temas sociais e parece não estar vinculada a partido político algum. Segundo pesquisa Datafolha, em São Paulo, mais de 80% dos manifestantes de ontem não tinham ligação com algum partido político. Mesmo que por motivos nem sempre idênticos, a insatisfação é real e geral.

3) Os protestos em Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte por causa dos bilhões gastos com dinheiro público na construção ou reforma de estádios para a Copa do Mundo de 2014 é outro exemplo. Nessas manifestações, a situação da saúde e das escolas públicas do país é enfatizada. O problema principal desse protesto contra a Copa é que ele chegou com uns três anos de atraso. Agora, “Inês já é morta”. Esse dinheiro não volta mais. Por outro lado, sabe-se que com a presença da imprensa internacional no Brasil por causa da Copa das Confederações, qualquer manifestação ganha mais rapidamente as páginas da imprensa internacional, aumentando o peso dos protestos.
 
Sobre o aumento das passagens
 
Em segundo lugar, é preciso também que seja dito que embora a indignação especificamente pela subida do preço das passagens seja compreensível, esse aumento não é injusto. Vamos aos fatos, tomando como exemplo o caso de São Paulo:

1) Durante todo o ano de 2012, 2,9 bilhões de pessoas usaram os ônibus da cidade. É muita gente, não é? Consequentemente, muito dinheiro também por ano. Só que as pessoas esquecem que as empresas de ônibus que atendem à capital paulista têm uma frota de 14 mil veículos para atender toda a cidade e mantêm dezenas de milhares de funcionários.

Ora, quando você começa a somar o valor gasto com combustível para esses 14 mil veículos percorrerem centenas de quilômetros por dia 365 vezes ao ano com os salários, encargos trabalhistas e férias gastos no ano com as dezenas de milhares de funcionários dessas empresas; mais o valor gasto com seguro, consertos e manutenção desses 14 mil ônibus, e lembrando ainda que dentre esses 2,9 bilhões de usuários estão os que pagam meia-entrada e os que recebem gratuidade, teremos, ao final, um custo altíssimo, de bilhões de reais, de maneira que não há como manter um negócio desses, a não ser que o governo ajude com os custos – e é o que ele tem feito.

Simplesmente, para cobrir os prejuízos que as empresas de ônibus têm tido, o governo da cidade de São Paulo transferiu mais de 600 milhões de reais a essas empresas em 2011 e mais de 820 milhões em 2012. Só neste ano, já foram mais algumas centenas de milhões. Ou seja, o aumento era mais do que necessário.

2) O valor das passagens de ônibus não subia desde 1 de janeiro de 2011, há dois anos e cinco meses, e o aumento de junho foi de apenas 20 centavos, o que está bem abaixo da inflação do período. Se o aumento fosse guiado pela inflação, seria de, pelo menos, 40 centavos.

3) Alguns questionam: “E por que não gratuidade universal de todos os transportes públicos da cidade?”. É impossível. Só se aumentar os impostos, que já estão enormes. Em todo o mundo, só oferecem gratuidade universal nos ônibus 32 cidades das mais de 18 mil cidades dos Estados Unidos, uma cidade da Estônia, três cidades no interior do Brasil e algumas regiões de Sidney, na Austrália.

Todas essas cidades que oferecem esse tipo de serviço universal 100% gratuito (que não é o caso de Sidney, onde é parcial) não têm a população, a dimensão, a complexidade e custos de grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo. O orçamento da cidade de São Paulo em 2013 é de 42 bilhões de reais; e do Rio de Janeiro, 23,5 bilhões. Ora, para oferecer esse tipo de serviço, e ainda fazer o que já fazem – consertar terminais, criar novos corredores etc – Rio e São Paulo comprometeriam, por baixo, 20% de todo o seu já apertado orçamento anual só com serviço de ônibus gratuitos.

Como se vê, o problema é bem maior: é o custo de vida no Brasil, os altos impostos que encarecem tudo, afetando até as passagens de ônibus. O custo de vida nas grandes cidades do Brasil é maior do que em muitos países do primeiro mundo, porque os nossos impostos são altíssimos.
 
Protesto deve ser pacífico
 
E finalmente, em terceiro lugar, os protestos são livres e, em muitos sentidos, realmente necessários, mas violência, não. Ainda que as causas defendidas em um protesto sejam plenamente corretas, nada justifica alguns tipos de ações promovidas por uma minoria bastante numerosa. Os fins não justificam os meios. 

Não é preciso dizer que grande parte dos evangélicos também não está nem um pouco satisfeita com o atual governo, vide o protesto do dia 5 de junho, que levou 70 mil à Brasília. Porém, cristãos não são a favor de baderna, anarquia, desrespeito e violência.

Oremos pelo nosso país, para que não adentremos paulatinamente em um caos social.


Redação CPAD News


Fonte: CPADNews