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 Eleições 2010: Marina oficializa candidatura com elogios e críticas a ‘erros’ de Lula

A ex-senadora e ex-ministra Marina Silva oficializou nesta quinta-feira sua candidatura à presidência pelo Partido Verde (PV) com um elogio às políticas sociais do “operário” Luiz Inácio Lula da Silva, mas acrescentou que ainda existem “erros e desafios”. Evangélica fervorosa, Marina fez questão de ela própria deixar clara sua posição em relação à religião.

Eu não preciso, agora que sou candidata por um outro partido, negar esse feito e essa grande conquista do operário Luiz Inácio Lula da Silva", disse Marina, referindo-se à redução da pobreza nos últimos anos.

Segundo ela, o governo Lula tirou 25 milhões de pessoas da pobreza, "o que não é pouca coisa".

"Ele mostrou que é possível distribuir o bolo e ainda continuar crescendo", disse a candidata, durante a convenção do PV, em um centro de convenções de Brasília.

Feito o elogio, Marina acrecentou que "não poderia deixar de falar dos desafios e dos erros a serem corrigidos". Um deles, segundo ela, é o da "desigualdade de oportunidades".

"Esse país ainda tem 18% de seus jovens analfabetos. Eu sei o que é ser analfabeta, eu sei o que é ver pela metade", disse Marina, que começou a aprender a ler e a escrever apenas aos 16 anos.

Momentos antes do discurso de Marina, uma supresa: um homem vestido de palhaço fazia uma apresentação no palco com sátiras ao presidente Lula, até descobrirem que se tratava de um penetra - que acabou sendo retirado do auditório por seguranças.

Plebiscito

A ex-senadora aproveitou seu discurso para criticar a idéia de que a disputa eleitoral este ano será plebiscitária - ou seja, com uma escolha entre a aprovação ou não ao governo Lula.

De acordo com esse raciocínio, os que aprovam Lula votariam em Dilma Roussef (PT), enquanto os insatisfeitos ficariam com José Serra (PSDB).

"Não vamos aceitar o veredito do plebiscito. Ele vai ser revogado pelo povo brasileiro", disse.

Marina disse também que sua candidatura começa sem alianças, a não ser "com o povo que está em casa".

"As pessoas têm me cobrado que nós não temos política de aliança", dizendo que isto seria um "velho cálculo pragmático".

Desafios

Apesar de levantar bandeiras que costumam ser simpáticas ao eleitorado, como a defesa do meio ambiente e "um novo jeito" de fazer política, a candidatura de Marina Silva deverá enfrentar importantes desafios.

Um deles é se fazer conhecida. De acordo com um levantamento do Ibope realizado em fevereiro, 31% entrevistados disseram nunca ter ouvido falar na ex-senadora. Quanto a José Serra (PSDB) essa parcela era de apenas 1% e em relação a Dilma Rousseff (PT), 10%.

O desafio torna-se ainda mais complexo diante do tempo de rádio e TV a que Marina Silva terá direito: os números ainda não são oficiais, mas a estimativa é de que ela terá aproximadamente um minuto de exposição na propaganda eleitoral gratuita. Dilma deverá ter direito a 10 minutos, e Serra, cerca de 8 minutos.

Outro obstáculo deverá ser o de evitar a polarização da disputal eleitoral entre Serra e Dilma, dois candidatos relativamente conhecidos da população e que estão à frente nas pesquisas.

Para muitos analisas, a forte popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tende a transformar a eleição deste ano em uma disputa plebiscitária, o que prejudicaria a candidatura de Marina.

Candidata seduz jovens, mas dribla temas tabu

De olho no voto dos jovens, a candidata Marina Silva não quer mais ser tachada de conservadora. Para não perder essa parcela de prováveis eleitores, Marina delegou a seus companheiros de partido a missão de explicar suas posições consideradas retrógradas, por parte de seu próprio eleitorado, quando o assunto é casamento gay, drogas e aborto.

Evangélica fervorosa, Marina fez questão de ela própria deixar clara sua posição em relação à religião. "Uma das maiores bênçãos é sermos um país laico, para que possamos respeitar todos que têm crença e todos aqueles que não têm crença. Essa é de fato uma grande conquista", afirmou ela, no discurso da convenção do PV que formalizou sua candidatura à sucessão presidencial.

No discurso, Marina evitou temas polêmicos. Coube ao vereador e coordenador de sua pré-campanha, Alfredo Sirkis (PV-RJ), sair em seu socorro perante a militância verde para abordar questões sobre aborto, legalização das drogas e casamento gay.

"Zonal sul". Com um discurso ambientalista, Marina tem hoje o voto dos jovens e do eleitor "padrão zona sul carioca", mas acaba afastando o mesmo eleitor quando adota posições tidas como conservadoras. Por isso, Sirkis fez questão de deixar claro que o programa do PV é favorável ao aborto, que, na convenção, ganhou o nome de "interrupção voluntária da gravidez".

"Marina Silva é uma pessoa de fé religiosa. Ela tem a posição de sua igreja. Mas no PV quem quer pode objetar e não acompanhar determinados aspectos de nosso programa", explicou Sirkis. "Entendo que uma pessoa religiosa não queira usar a palavra casamento gay. Mas o importante é que ela é a favor de que as pessoas do mesmo sexo tenham os mesmos direitos e deveres em uma relação matrimonial."

"Não tem nenhuma mulher que seja favorável ao aborto. Somos a favor da descriminalização. O problema é que outros políticos fazem proselitismo com esse tema", observou o ex-deputado Luciano Zica, um dos coordenadores da agenda de Marina.

Os coordenadores da campanha esperam ganhar o voto maciço dos jovens entre 16 e 25 anos. Segundo Sirkis, eles foram essenciais, em 2008, para levar o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) para o segundo turno na eleição municipal do Rio. "Oitenta por cento dos votos do segmento de 16 a 25 anos foram para o Gabeira. Mas esse é um segmento de pavio de lenta combustão, que só se interessa por eleição mais lá na frente", contou o vereador carioca.

Fonte: BBC Brasil e Estadão