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Hoje na História: 1536 - Morre na Suíça o teólogo Erasmo de Roterdã

Editou versões em latim e em grego do Novo Testamento e levantou questões influenciaram a Reforma Protestante.

No dia 12 de julho de 1536, morre na Suíça o teólogo e humanista holandês da Renascença Desiderius Erasmus Roterdamus, mais conhecido como Erasmo de Roterdã. Era um erudito clássico que escrevia em latim. Foi um dos primeiros proponentes da tolerância religiosa, o que lhe rendeu o título de “Príncipe dos Humanistas”.

Usando técnicas humanistas ao escrever seus textos, editou importantes versões em latim e em grego do Novo Testamento, que levantaram questões que viriam a influenciar a Reforma Protestante e a Contra-Reforma Católica. Escreveu O Elogio da Loucura, Manual do Cavaleiro Cristão, Sobre a Civilidade das Crianças e muitas outras obras.

Incomodado com a vida religiosa, que via cheia de barbárie e de ignorância, dedicou-se às letras clássicas. Foi ordenado em 1492 e estudou em Paris. Desde 1499 adotou o comportamento de um estudioso independente, movendo-se de cidade em cidade, proferindo palestras e se correspondendo com pensadores de toda a Europa.

Começou a escrever por volta de 1500, abordando tanto questões teológicas quanto seculares. Toda a sua obra deixa transparecer um brilho intelectual e erudito, mas também seu humanismo e inteligência. Muitos de seus trabalhos iniciais atacavam a corrupção e a superstição na Igreja. Sua famosa sátira “O Elogio da Loucura” (1509), dedicada ao seu amigo inglês Thomas More, defendia o retorno a uma cristandade mais simples. Em sua permanência em Paris, iniciou com Adágios (1500) um êxito editorial que prosseguiu em 1506 com suas traduções latinas (Luciano e Eurípedes).

Mais além surgiria Basileia (1515-1529), suas versões de Plutarco, edições de Sêneca e de São Jerônimo e a grande edição crítica do Novo Testamento (1516). Simbolizava o desejo humanista de retorno às fontes da tradição cristã.

Se os seus primeiros diálogos Antibárbaros (1494) consideravam compatíveis devoção e cultura clássica, no Enquerídion (1504) defendia uma audaz reforma religiosa. Fruto das lições que ministrara para viver, seus manuais de conversação latina constituíram a origem dos Colóquios Familiares (1518), de grande repercussão. Foi, porém, a versão da Vulgata da Bíblia que o levou a dedicar-se, algo tardiamente, às letras sagradas para reconciliar cultura clássica e teologia.

Em suas viagens, visitou também Pádua, Siena e Roma e diversas cidades da Alemanha em cujos círculos humanistas foi acolhido triunfalmente. O papa Leão X o dispensou de ter de vestir o hábito. Foi nomeado conselheiro do imperador, a quem dedicou a Instituição do Príncipe Cristão (1516).

Ainda que inicialmente não prestasse grande atenção ao crescimento do problema luterano, ficou cada vez mais difícil sua insistente pretensão de neutralidade. A polêmica de Erasmo com Lutero começou em 1516, com uma carta de Lutero criticando sua interpretação de São Paulo.

Refutando Lutero, escreveu De libero arbitrio (1524) defendendo a liberdade de escolha no processo da salvação, onde argumenta que o consenso da Igreja através das épocas dava a ela autoridade na interpretação das escrituras. Em resposta, Lutero escreveu seu mais importante trabalho teológico De servo arbitrio (1525), ao qual Erasmo respondeu com seu Hiperaspistes (1526-27). Nesta controvérsia, Erasmo se empenhou mais pela tese da vontade livre que o próprio São Paulo e Santo Agostinho aceitariam. No colóquio Inquisitio de fide (1522) um católico descobre, para sua surpresa, que os luteranos aceitam todos os dogmas da fé católica porque aceitam integralmente os artigos do Credo dos Apóstolos.

A volta à unidade da Igreja era possível, se fossem deixadas de lado questões que não estavam no Credo, como a infalibilidade do papa, o celibato dos padres, a doutrina da predestinação de Lutero e outros temas nos quais as opiniões divergiam. Escreveu a esse respeito ao Papa de origem holandesa Adriano VI (1522-23), que conheceu em Louvain.

Para um de seus educandos, o jovem príncipe Henrique de Borgonha, escreveu De civilitate morum puerilium (Sobre a civilidade dos costumes das crianças - 1530), um pequeno livro de boas maneiras. O livro está dividido em sete capítulos entre os quais: Da vestimenta, Da maneira de se comportar numa igreja, Das refeições, Dos encontros e Do jogo.

Em 1543, a Universidade de Paris publicou uma lista de 65 livros condenados pelo Índex que incluía sua tradução não autorizada da Bíblia e os trabalhos de Lutero, Calvino e Rabelais. Para uns herege que preparou o terreno para a Reforma, para outros, racionalista dissimulado ou homem de letras alheio à religiosidade, um Voltaire humanista, e para outros ainda um grande moralista e lúcido renovador cristão.

Erasmo quis unir humanismo clássico e dimensão espiritual, equilíbrio pacificador e fidelidade à Igreja. Condenou toda guerra, reivindicou o conhecimento direto das Escrituras, exaltou o laicado e recusou a pretensão do clero e das ordens religiosas de ostentar o monopólio da virtude.

Fonte: Missão em Cristo