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Sinais de desintegração na Nigéria

O clima de insegurança na Nigéria, antes circunscrito ao nordeste, tende a espalhar-se a todo o país, num momento em que o braço-de-ferro entre Governo e o grupo radical islâmico Boko Haram atinge proporções de confronto entre um Estado e a oposição religiosa armada.
A esperança é que esse clima de instabilidade não transcenda além das fronteiras e desestabilize a parte central e/ou ocidental de África.
As últimas revelações apontam para colaboração entre Boko Haram, Al-Qaeda do Magrebe Árabe e o grupo al-Shebab da Somália, que podem ter fornecido know-how para o fabrico de bombas. Os Estados vizinhos ou próximos da Nigéria não podem partir do pressuposto que o problema é nigeriano.
Naquele país pensava-se inicialmente que o problema era apenas regional, mas hoje as ameaças do Boko Haram estendem-se a todos nigerianos que não se revêem nos princípios e métodos do grupo.
No meio da ressaca das manifestações contra o fim dos subsídios dos combustíveis e dos efeitos do ataque contra a cidade de Kano, em que morreram perto de 200 pessoas, o Presidente da Nigéria lançou o repto ao Boko Haram para tornar conhecida a sua agenda e predispor-se ao diálogo.
Goodluck Jonathan, Chefe de Estado da Nigéria, cristão oriundo do sul do país, disse à Reuters: “vamos negociar, dêem-nos a conhecer os vossos problemas, vamos resolvê-los, mas se recusam identificarem-se com quem é que vão dialogar”?
O apelo demonstra uma viragem, pois até recentemente a estratégia era capturar todas as pessoas ligadas ao grupo e levá-las a julgamento. Na cidade de Kano, Jonathan tinha prometido eliminar o grupo, mas dias depois optou por dar ouvidos aos sectores que defendem que a única via para lidar com a rebelião do Boko Haram é o diálogo.
Boko Haram, pela voz do seu líder, Abubakar Shekau, reagiu às propostas de diálogo do Presidente, passou a assumir a autoria dos ataques à cidade de Kano e rejeitou a oferta de diálogo.
No vídeo colocado no Youtube, afirma: “matamos policias, matamos soldados e pessoas de outros governos que estão a lutar contra Deus e os cristãos que matam muçulmanos e dizem mal da religião islâmica”.
Abubakar Shekau, contrariamente aos apelos para o diálogo e aparentemente numa posição de força, lança ameaças ao Presidente da República e sugere-lhe que se arrependa e se converta ao islamismo. A Nigéria vive um clima de insegurança que ameaça a integridade territorial, ao ponto de haver quem proponha uma espécie de convenção nacional para discutir a federação.
Alegam alguns sectores que, atendendo à onda de fricções entre os vários grupos políticos e religiosos e ao aproveitamento político que se faz disso, vale a pena discutir se os nigerianos estão dispostos a continuar a coabitar numa única nação.
Todos os apelos incidem na necessidade de diálogo, a começar pela Liga dos Clérigos do Islão que pede ao Presidente que dialogue com Boko Haram, tal como foi feito com os militantes do Delta do Níger, para o qual foi criado inclusive uma instituição de acompanhamento.
A situação é tão séria que muitos nigerianos não deixam de olhar para atrás para reflectir sobre uma série de supostas causas do actual estado de coisas na Nigéria. Uns pensam que se trata de uma “praga” do antigo líder líbio, Muamar Kadhafi, quando disse que era preferível que a Nigéria se dividisse em dois Estados, um para muçulmanos no norte e outro, no sul, para os cristãos.

Teorias de conspiração

Outros, como o general reformado Joe Adiorho, apontam para teorias de conspiração engendradas no norte do país supostamente por a vaga deixada pelo falecido Presidente Umaru Yar´Adua, em Maio de 2010, ter sido ocupada por um político oriundo do sul.
Ao alegar que Boko Haram constitui um meio para desestabilizar a governação de Goodluck Jonathan, o general afirmou que se as acções do Boko Haram forem mal geridas a situação pode degenerar em guerra civil e possivelmente em desintegração do país.
Ibrahim Babangida, 70 anos, Presidente da Nigéria entre 1982 a 1992 e general reformado, disse que volta a envergar o uniforme se a unidade territorial da Nigéria estiver em causa.
No meio de tudo isto, aumentam as opiniões, segundo as quais se prevalecer a onda de violência, à medida que for explorada a vertente religiosa, dificilmente a Nigéria se mantém una e indivisível nos próximos dez anos.

Fonte: Jornal de Angola