Advogada alteração da Lei que regula actividade das igrejas no país

Luanda - O director-geral do INAR (Instituto Nacional dos Assuntos Religiosos), Manuel Fernandes defendeu sábado, em Luanda, a alteração da Lei2/04 que regula as actividades das igrejas em Angola, por encontrar-se desajustada à realidade actual. Manuel Fernandes falava à imprensa à margem de uma palestra subordinada ao tema "O Fenómeno Religioso em Angola: o caso de Luanda", promovida pela direcção provincial de Luanda da Cultura, no âmbito do dia da Cultura Nacional, que se assinala hoje (8 de Janeiro): Segundo ele, a lei foi concebida numa altura em que em Angola tinha 83 igrejas reconhecidas, mas actualmente o panorama religioso em Angola mudou fruto do aparecimento de novos movimentos religiosos, por isso é preciso encontrar novos paradigmas que se adeqúe à nova realidade. "Estamos a falar de um contexto em que temos mais de novecentas igrejas ou a caminho de mil e tal igrejas e precisamos de regular as actividades das igrejas e essa lei não se enquadra ao contexto actual", acrescentou. Disse ainda ser preciso se alterar alguns artigos dessa lei para que no mínimo se encontre novos caminhos para que a actividade religiosa seja devidamente orientada, e se possa estancar o fenómeno de proliferação de igrejas no país. O palestrante fez saber que o maior número de igrejas na capital encontram-se nos municípios do Cacuaco, Cazenga e no distrito de Kilamba Kiaxi. Para o director provincial de Luanda da Cultura, Manuel Sebastião, é necessário regular a prática de algumas congregações religiosas, porque há igrejas que contribuem para a divisão da família angolana. "Uma igreja é uma instituição de bem, deve cultivar o amor, a fraternidade e a sua atitude deve pautar para o humanismo e ficou aqui patente que o estado não obstante ser laico, continuará a respeitar, proteger e a apoiar estas instituições", sublinhou.

Fonte: Angola Press