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Ainda há comunidades isoladas após tragédia que deixou quase 800 mortos no Rio

A tragédia na região serrana do Rio de Janeiro, que neste sábado (22) completa 11 dias, já contabiliza quase 800 mortos e comunidades ainda isoladas pela obstrução das estradas. Pelos balanços da Secretaria Estadual de Saúde e da Defesa Civil do Rio de Janeiro (Sesdec-RJ) e números das prefeituras e Defesas Civis municipais das cidades atingidas, ao menos 798 pessoas morreram desde o início das chuvas, no último dia 12.

Nova Friburgo é a cidade que concentra o maior número de mortos: 386. Teresópolis tem 317, o distrito de Itaipava, em Petrópolis, 66, Sumidouro, 22, além de uma morte em Bom Jardim e seis em São José do Vale do Rio Preto, onde os corpos foram encontrados, mas que, de acordo com a prefeitura, não seriam de moradores da cidade e devem ter sido levados até lá pelas enchentes.

Há ainda 430 desaparecidos, em Teresópolis foram registrados 211; em Nova Friburgo, 124; e em Petrópolis, 48. Também há desaparecimentos na cidade de Sumidouro (4), Bom Jardim (1), Cordeiro (1) e São José do Vale do Rio Preto (1), além de 40 desaparecidos em localidades não informadas.

Isolamento

Onze dias depois da enxurrada que arrasou municípios da região serrana do estado do Rio, ainda há pessoas isoladas e que dependem unicamente do transporte aéreo para garantir a sobrevivência. Uma das localidades mais afetadas pelos deslizamentos de terra é Santa Rita, distrito distante cerca de 30 quilômetros do centro de Teresópolis. As estradas de acesso à pequena comunidade foram cobertas por toneladas de lama, pedras e árvores na madrugada do dia 12.

Para as famílias que moram em Santa Rita, a única ligação com Teresópolis são os helicópteros, que conseguem pousar em clareiras trazendo comida, água, remédios e ajudando no resgate de doentes ou feridos. Quando avistam as aeronaves, os moradores abanam e começam a agitar lençóis brancos, na esperança de serem atendidos. Instantes depois dos helicópteros tocarem no solo, a carga é retirada com rapidez. “Nós ficamos sem comida e sem água. Estamos ilhados desde o dia do temporal”, vibrava Sônia Maria Ferreira. “Eles estão salvando nossas vidas”, completava a vizinha Maria Aparecida de Oliveira, mãe de cinco filhos.

Por dia, seis helicópteros fazem cerca de 120 missões de socorro e resgate. São duas aeronaves do governo de São Paulo, uma do governo do Paraná, uma da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), uma do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e uma da Secretaria de Segurança do estado do Maranhão, que voou doze horas e precisou pousar cinco vezes para reabastecer antes de chegar em Teresópolis.

Moradores tentam recomeçar a vida

As vassouras, rodos e produtos de limpeza já começam a tomar o lugar que, até semana passada, era somente das escavadeiras no Vale do Cuiabá, no município de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. Após a retirada de parte do entulho dos terrenos –trabalho que continuará por semanas–, proprietários tentam fazer com que suas casas voltem a ser como eram antes do último dia 12, quando uma enxurrada de lama e galhos de árvores desceu rio abaixo e lavou o vale, matando mais de 60 pessoas e deixando cerca de 20 desaparecidos.
 

Alguns moradores, mesmo observando o nada confiável nível do rio Santo Antonio no quintal dos fundos, iniciam o trabalho de limpeza de seus imóveis.

Para a costureira Priscila Martins, o recomeço também significa uma reorganização da vida. "Vou ter que morar com a minha sogra", afirma. "A casa dela foi arrasada. Não sobrou nada. Então ela subiu aqui para morar com a gente", diz, sorrindo para sua nova companhia diária, Vera Lúcia de Carvalho.

Na casa ao lado, a arrumação também está em ritmo acelerado. Alheia ao visual catastrófico do entorno, a decoração da sala de estar de José Carreiro de Carvalho está impecável. Os estofados do sofá estão limpos, a mesa de centro no lugar e o móvel com a televisão posicionado e sem arranhões –apesar de a falta de luz não permitir que a família ligue o aparelho. "Minha esposa lavou tudo", disse ele, que mora no andar superior da casa. "A gente se salvou e não tivemos muito prejuízo. Mas minha irmã que morava aqui embaixo perdeu tudo", explica ele, vestindo uma máscara no rosto para evitar a poeira que domina a região, fruto da ação dos tratores revirando os entulhos em busca de corpos.

Fonte: UOL Notícias