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Natal de cristãos no Irã é celebrado de modo discreto

Na República Islâmica do Irã, onde 98% da população é muçulmana quase não se sente a chegada do Natal , exceto nos bairros cristãos das grandes cidades, onde é possível ver pinheiros decorados.

"Aqui não se sente o cheiro do Ano Novo e do Natal. Eu gostaria de ir uma vez a outro país onde se veja festa nas ruas e se sinta a celebração", diz Setare, um estudante de Teerã que costuma comprar decoração de Natal para alegrar um pouco as festas.

Os objetos tipicamente ocidentais, como bonecos com forma de renas e Papais Noeis, contrastam nas ruas do país de teocracia islâmica, onde as mulheres precisam se cobrir da cabeça aos pés e onde é comum o uso do chador (tipo de véu).

Em Teerã, a minoria cristã (a maioria de origem armênia) vai para a rua Mirzaye Shirazi, no centro da cidade, em busca de motivos que ajudem a sentir mais estas festas, que não são feriado no país.

"Em casa monto o pinheiro, coloco adornos como em outros países para ter mais a sensação natalina. Mas sou a única que o celebra, porque minha mãe era cristã, mas meu pai não e meu marido e meus filhos são muçulmanos", contou Diana, de 30 anos.

Ela é uma das poucas católicas que há em Teerã, onde a maioria dos cristãos são armênios ou de alguma das outras vertentes ortodoxas, que celebram o nascimento de Jesus em 6 de janeiro em vez do 25 de dezembro.

Entre os cristãos do Irã, segundo a ONU são 250 mil pessoas em uma população de 80 milhões, a tradição nesta noite de 24 de dezembro é jantar peixes, omeletes e doces de todo tipo.

Ceia com peixe

"Antes sempre preparava bacalhau, mas agora temos que ter mais cuidado com o sal, portanto farei outro tipo de peixe. Também cozinharei Ashemast (uma sopa tradicional iraniana com iogurte e verdura), omelete e uma sobremesa. Sempre faço uma torta de Natal", contou o menu a sorridente armênia Gainé.

Ao contrário de outros países, aqui não existem doces especiais para a ocasião e são consumidos os tradicionais no país, abundantes em açúcar, mel e frutos secos.

"No dia 5 (de janeiro) os armênios vão à missa por volta das seis da tarde e à noite fazemos um jantar em família na qual estão presentes os pais e todos os adultos. Normalmente se cozinham diferentes tipos de peixe, frito ou no forno, omelete e arroz branco e se bebe vinho tinto", explicou Ana Chidchian, uma cristã do norte de Teerã.

Os cristãos são dos poucos a quem é permitido consumir álcool, proibido na República Islâmica.

Presentes

No dia 6 de janeiro de manhã as igrejas realizam missas especiais e, após outra refeição em família, à tarde "são feitas as visitas aos parentes, começando pelos mais velhos da família, para saudar o ano novo e o nascimento de Jesus", disse Ana.

Os presentes para as crianças na comunidade cristã iraniana chegam no primeiro dia do ano, que não é considerado aqui Ano Novo, já que este é celebrado, seguindo o calendário persa, no final de março.

Os comerciantes que vendem os adornos se negam quase todos a ser entrevistados e dizem que "não querem ter problemas" ou inventam uma desculpa de que estão muito ocupados, apesar das lojas vazias.

Um deles se atreve a falar pedindo anonimato e explica que ano passado "as lojas tiveram muitos problemas por colocar adornos natalinos e receberam ameaças de fechamento pelas autoridades".

O problema está no fato de, frequentemente, o Natal cristão coincidir com o mês muçulmano de Muharran, período de luto no qual se lembra a morte do imã Hussein as ruas são decoradas com fitas negras.

Os pinheiros artificiais, as bolas coloridas, as velas, os cartões de felicitação não oferecem um contraste aceitável para algumas autoridades com o luto obrigatório para a comunidade muçulmana nessas datas.

"Pelo menos 90% dos que compram os pinheiros são muçulmanos. Fazem-no para pôr alegria em suas casas e, também, porque para eles Jesus é um profeta e celebram seu nascimento", explicou.