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Igreja Católica valida aparição de Virgem Maria nos EUA

Uma pequena capela na cidade de Champion, Wisconsin, tornou-se um dos doze lugares do mundo onde católicos acreditam que a santa apareceu.

Na França, o santuário de Lourdes é cercado por centenas de hotéis e recebe cerca de 45.000 peregrinos em um único dia. Nossa Senhora de Guadalupe, no México, atrai milhões de fervorosos devotos todos os anos. Agora, uma pequena capela entre as fazendas de leite de Champion, em Wisconsin, chamada Nossa Senhora da Boa Ajuda, juntou-se a essa augusta companhia em termos de status religioso, se não em fama mundial. Este mês, tornou-se um de apenas cerca de uma dúzia de locais em todo o mundo, e o primeiro nos Estados Unidos, onde as aparições da Virgem Maria foram oficialmente validadas pela Igreja Católica Romana.

Em 1859, um ano depois da Virgem Maria ter aparecido em Lourdes, uma imigrante belga que vivia em Champion e se chamava Adele Brise disse que foi visitada três vezes por Maria, que ficou entre duas árvores sob uma luz brilhante, em um deslumbrante vestido branco com uma faixa amarela ao redor da cintura e uma coroa de estrelas sobre seus longos cabelos loiros. Seguindo as instruções que recebeu, Brise dedicou sua vida a ensinar crenças católicas para crianças.

Em 8 de dezembro, depois de dois anos de investigação de teólogos que não encontraram nenhuma evidência de fraude ou heresia e de uma longa história de conversões relacionadas ao santuário, curas e outros sinais de intervenção divina, o bispo David L. Ricken, de Green Bay, declarou "com absoluta certeza moral" que Brise realmente teve encontros "de caráter sobrenatural que são dignos de crença.”

Hordas como ocorre em Lourdes ainda não apareceram, mas desde o decreto um fluxo crescente de visitantes, alguns dirigindo por várias horas, encontrou o caminho até Champion para orar e se deleitar com o que muitos afirmaram ser a presença palpável de Maria. Os fiéis vem de locais tão distantes quanto Nova York, de onde grupos religiosos chegam em ônibus lotados, e as autoridades da igreja estão se perguntando se pensaram pequeno quando construíram um novo estacionamento – planejado bem antes desse mês – com 75 lugares.

Debbie Banda, 46 anos, e sua mãe Mary Young, de 75, vivem nas redondezas e tomaram conhecimento do santuário e da decisão do bispo pelos jornais. Vieram pela primeira vez na última quarta-feira. "É incrível. Ela está aqui e você sente isso", afirmou Banda, depois de rezar na capela, o local em que se diz que a Virgem apareceu.

Enquanto passavam por uma imagem de Maria vestida de branco, tal como descrita por Brise, Banda foi tomada pela emoção, chorando e abraçando a mãe. As duas voltaram para rezar mais. "Pedimos a proteção da Virgem Maria, e para ela cuidar de nossos soldados também", disse Young, cujos filhos estão servindo no Oriente Médio. "Nós definitivamente voltaremos aqui."

Abusos

Líderes católicos descrevem o decreto de Wisconsin como um raio de alegria em um momento em que a igreja católica é atormentada por revelações de abuso sexual. "Este é um grande presente para os fiéis", disse o padre Johann Roten, diretor do Instituto Internacional de Pesquisa Mariana da Universidade de Dayton. "Seria desonesto dizer que isso de alguma forma saiu do sótão para exorcizar os problemas atuais da igreja", disse. "Mas espero que tenha um impacto positivo sobre as pessoas, mostrando que há maneiras de viver com fé que são muito puras."

A diocese de Green Bay está sob a mira de advogados em um processo relacionado a abusos, acusada de ter obstruído a justiça destruindo arquivos potencialmente incriminatórios de ex-padres. A diocese afirma ter cooperado totalmente com a justiça e descartado registros psiquiátricos de sacerdotes mortos como exigem as leis federais de privacidade.

O bispo Ricken observou que a igreja tem tradição de levar tempo com casos assim. Ao longo dos anos, seus predecessores haviam aprovado implicitamente o santuário, mantendo serviços religiosos ali e incentivando a visitação. Quando chegou a Green Bay, em 2008, ele disse: "Fiquei impressionado com a quantidade de histórias que ouvi de orações atendidas – questões familiares, problemas de emprego e curas médicas – e decidi começar uma investigação formal".

"As pessoas têm fome espiritual e aqui em nosso quintal há uma fonte para atender essa necessidade", disse Ricken. Os escândalos da igreja não influenciaram em sua decisão, disse ele. Mas se o santuário se tornar uma fonte de esperança e cura para as pessoas, incluindo as vítimas de sacerdotes, "será algo maravilhoso.”

Provas

O Vaticano dá a responsabilidade primária para a avaliação de aparições aos bispos locais. Desconfiada de fraudes, a igreja é em geral relutante até mesmo para investigar as alegações. Ao longo do século 20, pelo menos 386 aparições importantes de Maria foram relatadas acima do nível de rumores locais, disse Roten, que é investigador em supostas aparições. Cerca de 75 foram estudadas e, no máximo, uma dúzia reconhecidas como válidas, disse ele. Cada vez mais, segundo Roten, a igreja faz uso de exames psiquiátricos e ressonâncias cerebrais para checar se as pessoas que fazem as reivindicações são mentalmente saudáveis e não tiveram alucinações.

Esses exames, claro, não foram possíveis no caso de Brise, e Ricken disse que o painel de três teólogos examinou uma série de fatores indiretos, concluindo que sua observação tinha credibilidade, seguindo diretrizes estabelecidas pelo Vaticano em 1978. Por todos os relatos, Brise foi humilde e honesta e seguiu fielmente o mandato de Maria de servir a igreja por toda sua vida. Em um sinal marcante da presença divina, disse ele, os arredores do santuário e a multidão aterrorizada que se reuniu ali foram poupados das chamas do Grande Incêndio de Peshtigo, em 1871, que devoraram as terras e casas da região e causaram mais de 1.200 mortes. O relato de Brise sobre a aparição da Virgem e sua mensagem são compatíveis com os outros casos admitidos.

As dezenas de famílias e indivíduos que pararam para rezar no santuário na tarde de quarta-feira pareciam não ter dúvidas sobre tudo acerca das aparições. "Há muito poder aqui", disse Thereza Vandermause, 45 anos, que durante anos fez peregrinações semanais ao santuário com sua amiga Judy Deprey, de 65. "Você pode sentir a presença de Maria, e parece que ela está ouvindo você”. As duas ficaram satisfeitas que a igreja tenha finalmente admitido as visitas de Maria como reais, mas disseram que o decreto não mudava nada. "Nós já sabíamos disso!"

Fonte: Revista Veja online