Crianças que roncam alto têm tendência a se comportarem mal
Crianças que roncam alto pelo menos duas vezes por semana são mais propensas a portar-se mal, aponta estudo divulgado no jornal Daily Mail. Segundo Dean Beebe, neuropsicólogo que chefiou a pesquisa, o risco de hiperatividade e desatenção aumenta em crianças pequenas que apresentam ronco alto persistente.
“Dificuldades respiratórias e padrões de sono ruim, que sustentam o ronco, podem explicar a ligação”, afirma Beebe. Ele conduziu o primeiro estudo a examinar a relação entre a persistência de ronco e comportamento em crianças em idade pré-escolar.
No estudo publicado online na revista médica Pediatrics, as mães de 249 crianças foram questionadas sobre seu sono e comportamento. Cerca de uma em cada dez crianças apresentou esse tipo de ronco.
O estudo descobriu que crianças que roncavam alto pelo menos duas vezes por semana com a idade de dois e três tiveram a maioria dos problemas de comportamento, incluindo hiperatividade, desatenção e depressão. Porém, segundo Beebe, o aleitamento materno, especialmente em casos em que é mais duradouro, parece proteger as crianças desse problema, mesmo levando-se em conta outros fatores como renda familiar.
“Muitas crianças roncam com frequência e os desenhos animados fazem o ronco parecer fofo ou engraçado. Mas um ronco alto que dura meses não é normal e nada que apresente tantos riscos de afetar o comportamento da criança não deve ser visto como algo legal. Isso pode ser um sinal de problemas respiratórios reais à noite, que são tratáveis. Nesses casos o ideal é que os pais falem com o médico”, defende Beebe.
Segundo o especialista, esse tipo de ronco é mais comum em crianças de menor nível socioeconômico e que tiveram um período curto ou nenhum aleitamento materno. “Por isso, a pesquisa também é um apoio para o incentivo para a amamentação infantil”, diz ele.
Fonte: Terra Brasil |